Prefeitura e Firjan realizam dinâmica de acessibilidade no Parque Nanci

Prefeitura e Firjan realizam dinâmica de acessibilidade no Parque Nanci

25 de agosto de 2021 0 Por Francisco Avelino

Um choque de realidade sobre a questão da acessibilidade. Assim pode ser definida a atividade promovida pelo programa Maricá Acessível na orla do Parque Nanci, nesta terça-feira (24/08). Nela, membros do governo municipal experimentaram estar no lugar de pessoas com deficiência para apontar benefícios e problemas de mobilidade nas ruas e calçadas.

A ação, realizada pela Secretaria Municipal de Urbanismo, é parte dos workshops realizados na cidade pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), após a renovação da carta de intenções da Prefeitura junto à entidade. A parte teórica acontece nesta quarta-feira (25), no auditório da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, no Centro.

Durante a atividade, os voluntários tiveram olhos vendados, usaram bengalas e cadeiras de rodas para entender, na prática, a dificuldade de quem precisa transitar pela cidade.

“É uma dificuldade extrema, onde você força muito as mãos em um trajeto curto. Os direitos dessas pessoas têm de ser respeitados, e temos de ajudá-las a se deslocar com facilidade”, afirmou Marcelo Souza, que utilizou uma cadeira de rodas pela primeira vez. Ele atua na parte de processos e obras da Secretaria de Esportes e garantiu que os espaços esportivos do município dispõem ou irão dispor de total acessibilidade.

“O workshop de hoje reuniu diversos representantes das secretarias para vivenciarem de fato qual é a necessidade da pessoa com deficiência, e a importância da aplicação dos parâmetros corretos em obediência às normas desde do início dos projetos até a fiscalização”, explicou o secretário de Urbanismo, Celso Cabral. “Agora é necessário expandir e aperfeiçoar os espaços que já temos para torná-los ainda melhores. São os detalhes que fazem total diferença no direito à mobilidade com autonomia e segurança do cidadão”, completou.

Para a engenheira Fernanda Guarnieri e a cadista Marcielly Mattos, ambas da Secretaria de Trânsito e Engenharia Viária e que foram ‘deficientes visuais’ por alguns minutos, a atividade é válida por fazer conhecer a verdadeira sensação de quem precisa.

“É importante que exista a sinalização adequada e dentro das normas para que todos percebam por onde podem passar”, pontuou Marcielly, que também é estudante de Arquitetura.

Conscientização das pessoas

Quem também aprovou a dinâmica foi Ivani Ribeiro, que é cadeirante e membro do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CONDEF). Ela também chamou a atenção para a conscientização das pessoas sobre o assunto.

“Atividades como esta deixam em quem participa a consciência do quanto a locomoção é difícil para nós. As pessoas ficam do nosso lado”, ressaltou ela, que foi informada pela subsecretária de Políticas Inclusivas, Fernanda Spitz, que serão montadas oficinas de mobilização e conscientização sobre acessibilidade junto a equipes que atuam em obras públicas, como da autarquia de Serviços de Obras de maricá (SOMAR). “O objetivo é sensibilizar esses trabalhadores sobre isso para melhorar a inclusão na cidade”, disse ela.

O especialista em Desenvolvimento Setorial da Firjan, Luiz Gustavo Guimarães, declarou que o ato de renovação da carta de intenções da Prefeitura de Maricá mostra o interesse do governo municipal em oferecer a acessibilidade plena não apenas para cadeirantes e deficientes visuais, mas também para públicos como os idosos e os obesos.

“Hoje a cidade é bem mais avançada do que outras próximas porque todas as obras públicas recebem itens de acessibilidade. O que é preciso fazer é observar como é possível melhorar o que já existe e corrigir possíveis erros de projeto. Por isso há pessoas aqui de diferentes setores municipais participando”, disse ele.

Criado através de uma iniciativa da Firjan e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o programa “Calçadas Acessíveis” tem o objetivo de padronizar as calçadas e torná-las acessíveis a todos. Em Maricá, recebeu o nome de “Maricá Acessível” e é coordenado pela Secretaria de Urbanismo.

“Nossa meta é chegar a um nível de excelência em acessibilidade. Em nosso site temos um manual de calçadas disponível, mas vamos também elaborar cartilhas para a população com uma linguagem mais simples”, antecipou a arquiteta e urbanista Ana Claudia Oliveira, coordenadora do programa. Veja aqui o link com a padronização das calçadas.

Entre as especificações, as calçadas da cidade passam a existir em três faixas: faixa de serviço; faixa livre ou passeio; e faixa de acesso, com a largura obedecendo às dimensões mínimas que são adequadas para cada função. Já em calçadas que não se apliquem todas as faixas, deve haver, no mínimo, faixa livre totalmente sem obstáculos com 1,20m voltados para a circulação.