Antes do apagão, ex-juiz informou que não se apresentaria. Alegou que PSP estava bêbado e com cabelo sujo

Antes do apagão, ex-juiz informou que não se apresentaria. Alegou que PSP estava bêbado e com cabelo sujo

30/04/2025 0 Por Francisco Avelino

Rui da Fonseca e Castro enviou documento ao ao Ministério Público com os motivos para a recusa de se apresentar em juízo.

Às 11h06, cerca de 20 minutos antes do apagão, ex-juiz Rui da Fonseca e Castro emitiu um comunicado num grupo do Telegram, a avisar que não se apresentaria no Campus da Justiça, conforme ordenado pela Polícia de Segurança Pública (PSP). O ex-magistrado enviou um documento ao Ministério Público (MP) com as razões.

Um dos motivos explicados é que “um dos elementos da PSP que se encontrava a elaborar o expediente” do caso “encontrava-se com uma aparência física e odor incompatíveis com o exercício das suas funções”, nomeadamente “o seu cabelo apresentava com um brilho e aparência de gordura, revelando falta de lavagem” e “o seu hálito exalava um forte cheiro a álcool, fazendo suspeitar embriaguez”.

Rui da Fonseca e Castro quer que seja instaurado um procedimento criminal contra o polícia. “o Arguido manifesta o desejo de que seja instaurado procedimento criminal contra os elementos da PSP que, sem qualquer justificação, o atacaram, espancaram, manietaram e ataram”. Mais explica que “que não irá, por ora, prestar declarações, sem prejuízo de poder fazê-lo no decurso do inquérito”.

O ex-juiz ainda usou em sua defesa que é um líder partidário e que estava numa ação “de campanha eleitoral (pré-campanha), na Baixa Lisboeta, após ter sido impedido pela Polícia de Segurança Pública de permanecer na Praça do Martim Moniz”. A manifestação havia recebido um parecer negativo da PSP e da Câmara Municipal de Lisboa, por risco de violência.

Pelo crime de desobediência, Rui da Fonseca e Castro foi detido pela PSP. Depois, foram registados confrontos que deixaram pessoas feridas, entre elas, dois polícias no exercício da função.

Audição de Mário Machado

Já a defesa do militante neonazi Mário Machado avisou à Lusa que a audição foi adiada, ainda sem nova data marcada. Mário Machado foi um dos três detidos pela PSP na sexta-feira, numa concentração de extrema-direita em Lisboa, tendo sido notificado para comparecer voluntariamente hoje pelas 10h00 no Campus de Justiça, perante o MP da instância de pequena criminalidade.

De acordo com o Código de Processo Penal, compete ao MP decidir o seguimento a dar ao caso: arquivar, ordenar a abertura de uma investigação ou, por se tratar de crimes com pena máxima igual ou inferior a cinco anos, mandar os arguidos para julgamento sumário ou propor a suspensão provisória do processo.

Segundo o comunicado de sexta-feira, além dos três detidos, a PSP identificou “um suspeito da prática de ofensas à integridade física” e quatro pessoas “por suspeita de envolvimento nos distúrbios”. “Lamentavelmente, dois polícias ficaram feridos, um com um ferimento no nariz e outro ferido na mão”, detalhou a força de segurança.

Fonte: DN Amanda.lima@dn.pt