Maricá é destaque em seminário sobre economia do petróleo como modelo de desenvolvimento sustentável

Maricá é destaque em seminário sobre economia do petróleo como modelo de desenvolvimento sustentável

27 de março de 2025 0 Por Francisco Avelino

Cidade referência na gestão de royalties foi usada como exemplo na discussão sobre exploração da Margem Equatorial

A Prefeitura de Maricá foi apresentada como modelo de gestão dos royalties do petróleo para o financiamento de políticas públicas que promovem a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. Durante o seminário Margem Equatorial e Políticas Públicas, realizado nesta quarta-feira (26), em Brasília, o município serviu de contraponto positivo no debate sobre os riscos da exploração de uma nova fronteira petrolífera no litoral do Amapá.

O evento, organizado pelo site Brasil 247, com apoio do governo do Amapá e do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), reuniu autoridades e especialistas do setor. Entre os participantes estavam o secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Adamo Sampaio Mendes; o governador do Amapá, Clécio Luís; o senador Randolfe Rodrigues (AP); o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho; e o secretário de Energia do Rio de Janeiro, Cássio Coelho. A abertura contou com a interpretação do Hino Nacional pela cantora Myrlla Muniz.

Referência nacional

Durante os debates, foi consenso que a exploração da Margem Equatorial pode ampliar as reservas nacionais e impulsionar o desenvolvimento regional, desde que haja segurança ambiental e social. Para ilustrar como a renda do petróleo pode ser usada de forma estratégica, Maricá foi citada como exemplo.

“A cidade não apenas direciona os royalties para educação e saúde, mas também investe na diversificação econômica, atraindo novos negócios e tecnologias”, afirmou o advogado Vinicius Peixoto, que participou do painel O impacto dos royalties nas políticas públicas municipais. O posicionamento foi reforçado pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho.

Peixoto destacou ainda que Maricá demonstra como a transição econômica pode ser planejada. “A cidade investe em turismo, hotelaria, gastronomia e logística, criando alternativas para além da exploração petrolífera. O Brasil pode seguir esse caminho sem conflitos”, disse.

A necessidade de um “diálogo mediador” sobre o tema foi ressaltada no evento, alinhando-se ao discurso do prefeito de Maricá, Washington Quaquá, em sua posse como presidente da Associação Brasileira de Municípios.

A discussão sobre a Margem Equatorial ganha relevância diante da resistência ambiental e política à exploração na região. A Petrobras aguarda autorização para pesquisas no litoral do Amapá, enquanto setores do governo e da indústria defendem que a atividade pode ser conduzida com segurança e benefícios socioeconômicos, seguindo modelos como o de Maricá.