Despedida de Paolla Oliveira na Grande Rio e homenagem a Milton Nascimento na Portela marcam última noite de desfiles do Grupo Especial na Sapucaí

Despedida de Paolla Oliveira na Grande Rio e homenagem a Milton Nascimento na Portela marcam última noite de desfiles do Grupo Especial na Sapucaí

4 de março de 2025 0 Por Francisco Avelino

Também vão se apresentar a Mocidade, com enredo sobre o futuro; e a Tuiuti, que vai falar de Xica Manicongo, considerada primeira travesti brasileira. Desfiles começam às 22h; e comentaristas avaliarão os desfiles da terceira noite no Sambódromo do Rio

Resumo

  • Despedida de Neguinho, homenagem a Lexa e ausência de Anitta: veja os pontos altos e baixos da segunda noite do Grupo Especial
  • Ícone do Sambódromo: ‘Cristo Mendigo’ volta à Sapucaí 36 anos após marcar o carnaval do Rio
  • Estandarte de Ouro 2025: Salgueiro se junta à Imperatriz como finalista para o prêmio de melhor escola
  • Transportes: Carnaval do Rio terá metrô, trem, BRT e VLT funcionando 24 horas todos os dias Últimas atualizações

Beija-Flor brilha com desfile magistral e Salgueiro renasce na segunda noite; leia a crônica de Aydano André Motta

Desfile da Beija-Flor

Desfile da Beija-Flor (Foto: Guito Moreto / Agência O Globo)

Unidos da Tijuca fez melhor apresentação em muito tempo e Vila Isabel foi nota dissonante da segunda noite. Leia a íntegra aqui.

Despedida de Paolla Oliveira na Grande Rio e homenagem a Milton Nascimento na Portela marcam última noite de desfiles

Paolla Oliveira no ensaio técnico da Grande Rio para o carnaval 2025

Paolla Oliveira no ensaio técnico da Grande Rio para o carnaval 2025 (Foto: Eduardo Hollanda / Divulgação)

Também vão se apresentar a Mocidade, com enredo sobre o futuro; e a Tuiuti, que vai falar de Xica Manicongo, considerada primeira travesti brasileira. Desfiles começam às 22h. Leia aqui.

Proposta mais leve da Vila Isabel

O jornalista Leonardo Bruno (Foto: Reprodução)

A Vila Isabel encerrou a segunda noite de desfiles com um enredo que foi para um caminho totalmente diferente dos estávamos vendo até então. As demais escolas vinham apostando em temas mais densos, mais históricos, e a Vila foi para um caminho de um enredo mais brincalhão, bem-humorado, solto, leve, falando sobre assombrações. A gente viu isso na pista: os componentes brincando, trazendo a leveza que o samba, inclusive, pedia. A estética do carnavalesco Paulo Barros esteve bem presente. Então, o abre-alas com aquela alegoria viva. E o último carro, para mim, foi o que teve o efeito mais interessante, com a abóbora que passeava pelo carro.

Com bateria e canto, Vila luta para vencer o próprio enredo

Em entrevista à repórter Laura Intrieri, o carnavalesco Paulo Barros atacou os colegas, dizendo que enredos afro são todos iguais. Pelo desfile da Vila Isabel, deve ter ficado culpado e escolheu fazer uma colagem de seus próprios trabalhos anteriores. Sobrou à escola se escorar na ótima bateria de mestre Macaco Branco e cantar, para espantar as assombrações que a assustam.

O enredo mesmo não teve nada de muito inovador.

O drone que encenaria o voo de um fantasma pelo céu da Sapucaí funcionou mal, despencando seguidamente. O casal de mestre-sala e porta-bandeira batia continência no verso “Meu maquinista é capitão”, referência ao patrono da escola, Capitão Guimarães.

Valeu pela bateria, pelo grande cantor Tinga e pelo engajamento dos componentes. Eles têm que torcer para a avaliação não ser um filme de terror para a Vila Isabel.

O momento em que o drone da comissão de frente da Vila cai na Avenida

Coletânea de tudo o que o carnavalesco Paulo Barros fez nos últimos anos

A Vila Isabel teve a chance de sobrar na turma, com um enredo totalmente diferente dos que embalaram Unidos da Tijuca, Beija-Flor e Salgueiro. No entanto, “Quando mais eu rezo, mais assombração me aparece” foi mais uma coletânea de tudo o que o carnavalesco Paulo Barros fez nos últimos anos. Bruxas, vampiros, fantasmas, personagens de “Monstros S.A.”, muitos deles bonitos e divertidos, mas jogados na avenida sem muito critério, e tudo com sensação de que já foi feito ontem. A escola brincou e cantou o samba bem puxado por Tinga (apesar de uma insistente sanfona abafar tudo), mas a “Dança dos vampiros” (mais uma!) não divertiu nem os turistas que nunca tinham visto uma paulobarrice.

A maior assombração vista na Sapucaí em 2025 ainda é a de pessoas jogando altinha em uma frisa enquanto uma escola passava.

Vila desfila solta na Avenida, mas samba não encanta

Soltinha! Foi assim que a Vila Isabel encerrou a segunda noite do Grupo Especial na Sapucaí. Divertida, leve e bem-humorada, a escola mudou o clima da Avenida, até então dominada por enredos densos das outras agremiações. As assombrações de Paulo Barros proporcionaram momentos de descontração. O último carro, com o caldeirão de uma bruxa que deslizava sobre trilhos, era carnaval na veia. Um samba mais potente, porém, poderia ter feito diferença. O enredo estava ali, mas era difícil encontrar uma conexão entre os diferentes setores. E uma nota de controvérsia: as próteses de vampiro dos ritmistas quase não deixavam que eles mexessem a boca.

Fumaça lançada por penúltimo carro da Vila incomoda integrantes da escola

Penúltimo carro da Vila Isabel

Penúltimo carro da Vila Isabel (Foto: Felipe Grimberg)

A fumaça lançada por um dos últimos carros da Vila Isabel incomodou o público que acompanha a entrada da escola na Sapucaí. Durante a entrada da escola, o cheiro da fumaça afastou seguranças e integrantes da agremiação que acompanhavam o desfile do chão. A alegoria traz os personagens Mike Wazowski e Sully, de Mostros S.A.

Salgueiro faz melhor desfile dos últimos anos e está na disputa do título

De corpo fechado e alma aberta para o melhor carnaval, o Salgueiro fez seu melhor desfile dos últimos anos. O enredo conduziu o grêmio tijucano pela avenida numa apresentação com a sua melhor cara. O carnavalesco Jorge Silveira apresentou trabalho de excelência.

Do homem no pilão, no abre-alas, ao “Arrepia, Salgueiro”, homenagem a Quinho, no carro derradeiro, teve muita iconografia da escola. Identidade é coisa séria na Sapucaí.

O samba, entre os médios da safra, foi cantado com paixão pelos componentes. A bateria fez ótimo trabalho, mais uma vez, e Igor Sorriso estreou bem na condução do hino salgueirense.

A lamentar, a quebra na narrativa do enredo com o setor sobre Lampião (ainda que com um lindo carro). No mais, o Salgueiro honrou a própria história e está bem para voltar no Sábado das Campeãs.

‘Só falo de trabalho’, diz porta-bandeira do Salgueiro

A porta-bandeira do Salgueiro, Marcella Alves, não quis comentar a presença do diretor-executivo da Viradouro, Marcelinho Calil, na concentração da escola tijucana nesta segunda-feira.

“Eu só falo de trabalho. Não vou comentar” afirmou ela.

Marcella, que este ano foi um dos destaques da escola ao desfilar no início e retornar no fim da apresentação da agremiação, garante que só ficou sabendo da manobra pouco antes de entrar na Avenida.

“Foi uma surpresa, ficamos sabendo quase agora. Já existia até um casal destinado para essa função. Como o Sidclei (mestre-sala) é a logo do desfile de 2025, o Jorge Silveira (carnavalesco) teve a ideia de trazer a gente para encerrar o desfile. Foi uma alegria estar na minha escola de coração defendendo por duas vezes o pavilhão salgueirense, uma no começo e no fim do desfile”, garante.

Sidclei e Marcella Alves, mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro

Sidclei e Marcella Alves, mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro (Foto: Fernanda Alves)