PM morto em Vigário Geral foi atingido dentro do blindado; tiro passou por abertura lateral feita para apoiar o fuzil
27 de dezembro de 2023O policial militar, Leonardo Maciel da Rocha, de 33 anos, morto durante uma operação na manhã desta quarta-feira em Vigário Geral, na Zona Norte, foi atingido dentro do blindado. O tiro que o matou passou por uma abertura lateral feita para apoiar e dar estabilidade ao fuzil, na hora de atirar. Essa portinhola tem o nome de gun ports, mas é mais conhecida como seteira.
O veículo está sendo periciado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pelo Centro de Criminalística da Polícia Militar (CCrim). A Polícia quer entender o que de fato aconteceu, já que não há registro de caso semelhante em operações nas favelas do Rio.
Leonardo Maciel da Rocha era sargento lotado no 3° BPM (Méier) e estava em apoio a ação realizada pelo 16ºBPM (Olaria). Outros dois policiais também foram feridos, mas sem risco de morte. A corporação lamentou a morte do seu integrante.
Baleado durante um patrulhamento, o PM chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Getúlio Vargas, mas morreu ao chegar na unidade. O sargento ingressou na corporação em fevereiro de 2011. Ele deixa uma companheira e um enteado. Até o momento, não há informações sobre o velório ou enterro do policial.
Leonardo é 60º policial morto desde janeiro até dezembro, de acordo com levantamento divulgado pela plataforma Fogo Cruzado. Outros 75 ficaram feridos no mesmo período, totalizando 135 agentes de segurança baleados nesse ano na Região Metropolitana do Rio.
O levantamento mostra ainda que entre os agentes, os policiais militares representam 76% dos baleados, num total de 103 vítimas da corporação, sendo 45 mortos e 58 feridos. Entre os 135 agentes de segurança atingidos por tiros este ano, 48 deles foram baleados quando estavam em serviço: oito morreram e 40 ficaram feridos. Dos baleados durante o horário de trabalho, 44 eram PMs: oito morreram e 36 ficaram feridos.
O mesmo balanço aponta que este é o 17º tiroteio ocorrido em Vigário Geral nesse ano, deixando sete pessoas baleadas na região, sendo que três morreram e quatro ficaram feridas. Deste número, cinco tiroteios ocorreram durante ações ou operações policiais, deixando seis baleados, com três mortos e três feridos.
Moradores relataram que iniciaram a quarta-feira sob intenso tiroteio, provocado por uma operação da Polícia Militar em cinco comunidades. Três PMs foram baleados e um deles morreu. A circulação de trens no ramal de Saracuruna ficou prejudicado.
A PM informou que a operação é realizada pelo 16° BPM (Olaria) e unidades subordinadas ao 1° Comando de Policiamento de Àrea (CPA) no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, nas comunidades Parada de Lucas, Vigário Geral, 5 Bocas, Pica Pau e Cidade Alta. A ação começou nos primeiros momentos da manhã e conta com o apoio de uma ambulância do Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (GESAR) e do Núcleo de Operações Especiais (NAOE).
O objetivo, segundo a PM, foi a repressão de roubo de cargas e veículos, além de verificar denúncias a respeito de uma possível reunião de criminosos locais. Durante a ação, que também teve auxílio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) três suspeitos foram feridos e levados para o Getúlio Vargas, onde morreram. Com os acusados, as equipes apreenderam quatro fuzis. Outros dois suspeitos foram conduzidos para averiguação.
Ainda segundo a corporação, por volta das 5h da manhã, uma equipe em patrulhamento que seguia pela Rua dos Democráticos foi atacada por criminosos armados e um policial foi atingido de raspão e socorrido para o Hospital Getúlio Vargas. Um segundo PM foi atingido na cabeça, socorrido para a mesma unidade de saúde não resistiu e morreu.
Ainda segundo a corporação, por volta das 5h da manhã, uma equipe em patrulhamento que seguia pela Rua dos Democráticos foi atacada por criminosos armados e um policial foi atingido de raspão e socorrido para o Hospital Getúlio Vargas. Um segundo PM foi atingido na cabeça, socorrido para a mesma unidade de saúde não resistiu e morreu.
Mais tarde, durante patrulhamento na Rua Bulhões, um terceiro PM também foi ferido e levado para a mesma unidade. Ele passa por atendimento e não corre risco de morte.
A nota diz ainda que no início da manhã, uma composição da SuperVia apresentou problemas mecânicos, impossibilitando o deslocamento da composição e os passageiros precisaram desembarcar nas estações de Vigário Geral e Parada de Lucas. Segundo a PM, o Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), o Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (RECOM) e o Regimento de Polícia Montada (RPMont) atuaram em apoio em pontos distintos da Avenida Brasil, nos dois sentidos.
Imagens mostram o sufoco dos passageiros do ramal Saracuruna sentados no chão do trem para tentar se proteger. Alguns deixaram vagões e caminharam sobre os trilhos. Outros tentaram se proteger dos tiros atrás da composição.
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A SuperVia informou que operava apenas no trecho entre a Central do Brasil e Penha, com intervalo de 30 minutos. Entre Saracuruna e Penha Circular, no momento, não havia circulação de trens e as estações estavam fechadas para embarque e desembarque.
Em nova nota, divulgada às 11h30, a concessionária informou que o ramal Saracuruna havia entrado em processo de normalização (as estações entre Penha Circular e Saracuruna já foram reabertas). No entanto, os passageiros precisam realizar troca de composição na Penha para seguir viagem até os terminais. O intervalo é de 50 minutos.
“A equipe de manutenção da SuperVia segue realizando reparos na região onde mais cedo houve uma operação policial. A concessionária lamenta o ocorrido, mas reforça que a segurança é uma prioridade para os clientes e os colaboradores.”, completa a nota. O ramal Belford Roxo já foi normalizado. A circulação segue com todas as estações abertas, informou.
Nas redes sociais, usuários da SuperVia relataram o sufoco que estão enfrentando nesse início de manhã para chegar ao trabalho. “E a saga continua. Presa num trem desde as 5 da manhã no meio do fogo cruzado. Infelizmente, só Deus pra nós proteger”, escreveu uma passageira.
“Gente está muito tenso…qm está no trem está passando momentos de terror, pois estão no meio do fogo cruzado….porém sair do trem não é seguro”, relatou uma usuária .”Eu moro em Lucas e ainda está tendo tiroteio”, informou outra. Com a circulação de trens prejudicada, alguns buscavam formar grupos para ratear entre eles a viagem em carros por aplicativo.