HEAT tem aumento no atendimento a vítimas de acidente de trânsito

HEAT tem aumento no atendimento a vítimas de acidente de trânsito

31 de dezembro de 2021 0 Por Francisco Avelino

Unidade atendeu mais de 2.500 motociclistas em 2021 . Foto: O São Gonçalo/Arquivo

O Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, é uma das principais unidades para atendimento de pessoas que sofrem acidente no trânsito no estado e referência para pacientes politraumatizados. A unidade conta com um dos Centro de Trauma mais bem equipados do país e inspirado em modelos internacionais. Nos primeiros 11 meses deste ano, o Hospital atendeu 95.832 pacientes nos setores de urgência e emergência. Desses, 2.508 eram motociclistas vítimas de politraumatismos. O número de vítimas de acidentes de moto é 31% maior do que o registrado em 2020, quando foram realizados 1.906 atendimentos desse tipo. E 27% maior do que o dado de 2019, quando ocorreram 1.966 socorros a esses pacientes. 

“A maior parte dos casos de acidentes envolvendo motociclistas é de politraumatismo, ou seja, eles sofrem diversas contusões, lesões ou ferimentos em várias partes do corpo. Isso demanda cuidados especializados, além de exames de imagens e intervenções cirúrgicas. Além disso, em muitos casos há necessidade de recebimento de bolsas de sangue”, afirma o médico Marcelo Pessoa, coordenador do Centro de Trauma do HEAT. 

Somente em 2021, foram necessárias 6.749 bolsas de sangue para suprir a necessidade de transfusão no atendimento a pacientes vítimas de acidente de trânsito. Esse quadro se agrava ainda mais durante as festas de fim de ano. Por isso, o HEAT possui em sua estrutura um hemocentro, onde é possível doar sangue sem que seja necessário se deslocar até o Hemorio, no Centro do Rio. 

Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais e devem portar ainda um documento de identidade do responsável. Não é necessário estar em jejum, apenas evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.

Diante do volume de atendimento no Centro de Trauma, a unidade já realizou 905.614 exames laboratoriais e 104.069 de imagens, entre tomografia e ressonância magnética, entre janeiro e novembro deste ano.

Letícia Leven de Vasconcelos, 26 anos e Guilherme Barros, 35, sofreram acidente de moto em abril deste ano na BR-101, na Via Duques. Após a queda, eles foram atropelados por um carro, que segundo as vítimas fugiu do local sem prestar atendimento. Eles forame socorridos pelo Corpo de Bombeiros e levados para o HEAT, onde foram estabilizados e passaram por cirurgia. Letícia perdeu parte da perna esquerda. 

“Fomos socorridos para o Hospital Alberto Torres, onde fomos muito bem atendidos, estabilizados e operados. Fomos transferidos para unidades particulares e chegamos a ficar dois meses internados. Eu precisei de pelo menos três transfusões de sangue nesse período. A doação de sangue é muito importante porque nunca se sabe se é você ou sua família que vai precisar”, destacou a veterinária. 

Na semana passada casal retornou ao HEAT para prestar uma homenagem aos médicos e funcionários da unidade. 

“Fomos desejar um Feliz Natal e agradecer também por todo atendimento recebido por estes profissionais. Nossa gratidão por terem salvo nossas vidas”, acrescentou Letícia. 

Lei Seca – Muitos acidentes de trânsito ocorrem nesta época do ano principalmente pela combinação de direção com ingestão de bebida alcoólica e aumento do fluxo de veículo nas principais vias e rodovias. Por isso, a Operação Lei Seca alerta: Se beber, não dirija! 

Dados da Operação apontam que, antes da pandemia, durante todo ano de 2018, o percentual de motoristas abordados com sinais de alcoolemia era de 4,30%. Em 2019, a Operação ficou suspensa por 7 meses e, quando retornou, em outubro de 2020, os índices aumentaram muito, chegando a bater 40% em algumas blitzes na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos. Hoje, um pouco mais estabilizado, a média de alcoolemia no ano está em 13,02%, três vezes maior do que a média de 2018.