PT e PDT já falam em chapa com Fabiano Horta e Rodrigo Neves para disputar governo do estado
23/11/2020Grupo de políticos dos dois partidos que saiu vitorioso no primeiro turno em Niterói e Maricá, e pode ganhar em São Gonçalo, discute aliança para 2022
Marlos Costa (à esquerda) e Rodrigo Neves, do PDT, caminham ao lado de Dimas Gadelha e Fabiano Horta, do PT, em campanha nas ruas de São Gonçalo. Foto: / Reprodução/Facebook
NITERÓI — A votação expressiva de Fabiano Horta (PT) em Maricá, com 88,09%, e Axel Grael (PDT) em Niterói, com 62,56%, numa aliança regional entre os dois partidos — o que também levou Dimas Gadelha (PT), candidato a prefeito de São Gonçalo, e Marlos Costa (PDT), vice em sua chapa, ao segundo turno, com 31,36% —, animou o comando das siglas na região. No Leste Metropolitano do Rio, PT e PDT já falam numa chapa com Fabiano Horta (PT) e Rodrigo Neves (PDT) para concorrer ao governo do estado em 2022, o que, na visão do grupo, só dependeria de um entendimento dos partidos em âmbito nacional.
Vice-presidente nacional do PT e ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá diz que há um consenso sobre a força da candidatura:
— Independentemente de quem será o cabeça de chapa, Fabiano Horta e Rodrigo Neves são nomes com alta aprovação. É claro que já conversamos sobre isso para uma disputa em 2022. Tudo vai depender de como vai ser a coligação em nível nacional.
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As urnas mostraram no último domingo que a popularidade de Rodrigo Neves entre o eleitorado de Niterói parece ter sobrevivido incólume às denúncias de corrupção pelas quais ele responde na Justiça desde 2018. Seu candidato, Axel Grael, saiu vitorioso no primeiro turno, numa campanha totalmente atrelada à imagem do atual prefeito e de seu governo. O ex-secretário de Planejamento teve votação maior do que a obtida pelo próprio Rodrigo em 2016 (47,9%), quando este tentava a reeleição e precisou disputar o segundo turno com Felipe Peixoto para garantir o mandato.
CABO ELEITORAL
Nas últimas semanas, ao lado de Fabiano Horta, Rodrigo participou ativamente da campanha de Dimas Gadelha (PT) em São Gonçalo, em carreatas e pedindo votos na propaganda eleitoral do candidato do município vizinho
— Diversas cidades buscam se inspirar na gestão fiscal de Niterói, voltada para resultados, mas com responsabilidade social. Isso contribui para a vitória expressiva que tivemos em Niterói e também essa em São Gonçalo — diz Rodrigo, eleito prefeito a primeira vez pelo PT, em 2012, e atualmente presidente do PDT em Niterói, cidade que é administrada há mais de 30 anos pelos dois partidos.
— Estamos consolidando em 2020 a onda trabalhista. Os ótimos índices em diversas áreas comprovam que essa filosofia entende a importância da iniciativa privada e da economia de mercado. Ao mesmo tempo, acredita nas políticas públicas para promover igualdade de oportunidades a todos — defende.
Com a eleição de Axel Grael em Niterói e Fabiano Horta em Maricá no primeiro turno, as atenções do grupo se voltaram para São Gonçalo, onde a chapa PT/PDT disputa o segundo turno com Capitão Nelson (Avante) no próximo domingo.
— A nossa dedicação a São Gonçalo agora é total. É uma eleição muito importante — diz Quaquá.
CONSÓRCIO DE MUNICÍPIOS
Para tentar levar o grupo ao Palácio Guanabara, o vice-presidente nacional do PT aposta também numa parceria administrativa entre as cidades do Leste Metropolitano.
— Depois da eleição, nosso objetivo é impulsionar o consórcio entre São Gonçalo, Niterói, Maricá e Itaboraí, para ações em áreas de impacto regional, como transporte, economia, saúde e segurança — explica
Rodrigo evita falar em candidatura para 2022, mas sugere que a estratégia do grupo já está traçada:
— A mudança do Rio de Janeiro vai acontecer pela base, pelas cidades, através do papel do poder local para o desenvolvimento de todo o estado e a consolidação desta força.
Fonte: O Globo.com