Internaciona: Portugal
A depressão Garoe já lá vai, mas entre amanhã (24) e sábado (25) um sistema frontal associado à grande tempestade Éowyn deixará chuva, neve, intensas rajadas de vento e forte agitação marítima nestas zonas de Portugal.
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A depressão Garoe abandonou a geografia do Continente nas primeiras horas desta quinta-feira (23), mas provocou chuva abundante, vento forte e agitação marítima durante três dias. O resultado foi, de acordo com a Proteção Civil, mais de 700 ocorrências entre as 20:00 de segunda-feira e as 23:00 de quarta-feira, sendo a maioria delas inundações.
No entanto, a estabilidade atmosférica será “sol de pouca dura”. Tal como temos vindo a explicar na Meteored nos últimos dias, o Atlântico está a apresentar uma grande atividade ciclónica por estes dias, com uma corrente de jato polar muito forte e um contraste acentuado entre as massas de ar polares e subtropicais. Este panorama é favorável ao desenvolvimento de várias depressões (ou tempestades) que sofrerão um cavamento súbito ou explosivo.
Éowyn, uma tempestade extremamente cavada e potencialmente perigosa
O primeiro destes ciclones extratropicais será Éowyn, que está a deslocar-se vertiginosamente em direção à Europa, guiado pela corrente de jato polar. Ao longo desta quinta-feira (23) irá intensificar-se rapidamente e, de facto, estamos perante uma das mais severas tempestades das últimas décadas no hemisfério norte, com ventos sustentados e picos que podem ser comparáveis a um furacão de categoria 2 ou 3
O seu centro rumará às Ilhas Britânicas, onde são expectáveis condições muito adversas e perigosas dentro de poucas horas, com ondas enormes, chuva forte e rajadas de vento superiores a 200 km/h nas proximidades.
Embora o centro de Éowyn passe longe de Portugal continental, os seus efeitos serão sentidos entre amanhã, 24 de janeiro, e sábado (25). Uma frente associada à tempestade Éowyn chegará durante a tarde de sexta-feira (24) ao Minho e Douro Litoral, com chuva que será pontualmente forte e persistente e reforçada por um rio atmosférico
A precipitação será mais forte nas regiões a oeste da Barreira de Condensação (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e setores ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu), e, de forma muito pontual, noutros locais da Região Norte e Centro. Há ainda possibilidade de trovoada dispersa, em particular no litoral Centro e Área Metropolitana de Lisboa.
De acordo com os mapas de referência da Meteored, até sábado à tarde (25) a chuva ultrapassará localmente os 50 mm em grande parte do distrito de Viana do Castelo, alcançando valores entre 25 e 35 mm nos distritos de Braga, Porto e Aveiro. Noutros locais do Norte, Centro e Sul preveem-se acumulações entre 5 e 20 mm, podendo por vezes registar-se 25 mm.
Devido ao efeito de orografia da Barreira de Condensação e do sistema montanhoso Montejunto-Estrela a nebulosidade e a precipitação ficarão tendencialmente retidas no Norte e no Centro. Porém, desta vez, até mesmo mais a sul, o Alentejo e o Algarve receberão doses ‘generosas’ de chuva devido à influência de um rio atmosférico que, com elevado teor de vapor de água, reforçará a precipitação, também nas regiões mais meridionais.
O sistema frontal estará bastante ativo no Barlavento Algarvio (menos intenso no Sotavento) e nos distritos de Évora e Beja, esperando-se aguaceiros fortes entre o início da manhã e o início da tarde de sábado (25). Destaque-se ainda os distritos de Lisboa e Setúbal, onde entre as 02:00 e as 07:00 de sábado (25) poderão surgir períodos de chuva ou aguaceiros fortes, não se descartando a possibilidade de inundações localizadas.
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Nos Açores choverá com alguma intensidade entre as últimas horas de quinta-feira (23) e as primeiras horas de sexta (24) e na Madeira predominarão os ventos de Oeste, com alguns aguaceiros previstos para este sábado, 25 de janeiro. A origem destas massas de ar atlânticas é tropical marítima, pelo que são amenas e muito húmidas. Deste modo, a neve ficará restrita aos pontos mais elevados da Serra da Estrela a partir da manhã de sábado (25).
Vento com rajadas até 90 km/h e ondas até 8 metros de altura
Felizmente, o vento associado a Éowyn em Portugal continental não será tão extremo como o que ocorrerá nas Ilhas Britânicas. Contudo, entre as 18:00 de sexta (24) e as 01:00 da manhã de sábado (25) tornar-se-á gradualmente mais forte nalgumas regiões, com rajadas superiores a 80 km/h no Minho, nomeadamente nas zonas montanhosas. O mesmo prevê-se para parte do litoral minhoto, entre Caminha e Viana do Castelo.
No que diz respeito ao vento, a região mais exposta à adversidade deste elemento climático será mesmo o Alto Minho, sendo esperadas rajadas de até 90 km/h nas localidades, povoações e serras da zona situadas no Parque Nacional da Peneda-Gerês e nas proximidades.
No referido período, prevê-se que as rajadas mais fortes nas restantes regiões situadas a oeste da Barreira de Condensação e nalguns locais montanhosos do interior Norte e Centro se situem no intervalo dos 50-75 km/h. O vento de Sul-Sudoeste deixará temperaturas amenas na sexta-feira (24), com 15 ºC previstos para o Porto, 16 ºC em Coimbra e Lisboa e 17 ºC em Faro.
Por último, prevê-se ainda uma forte agitação marítima em toda a faixa costeira do nosso país. Na sexta-feira (24) prevê-se temporal marítimo a partir do final da tarde, que se remeterá somente às regiões do litoral ocidental situadas a norte do Cabo da Roca (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa), estando previstas ondas de noroeste com 4-5 metros de altura significativa, e até 8 metros de altura máxima.
Já no sábado (25), tanto para a faixa costeira ocidental, como para a faixa costeira meridional se preveem ondas de noroeste com 4-5 metros de altura significativa. Quer na sexta-feira (24), quer no sábado (25), recomenda-se prudência nas zonas mais exposta
Sem tréguas. Vem aí outro temporal, possivelmente mais forte, entre domingo e segunda-feira
Um novo temporal de chuva, vento e agitação marítima vai afetar Portugal continental entre domingo (26) e segunda-feira (27), quando outra depressão sofrer um processo de ciclogénese explosiva, seguindo um trajeto semelhante ao de Éowyn. Esta situação meteorológica será provavelmente mais adversa no nosso país.
Fonte: Meteoredtempo.pt