A Prefeitura de Maricá, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Maricá, vai ampliar o programa Lagoa Viva para as lagoas de Jacaroá e Boqueirão, após resultados positivos na revitalização de Araçatiba. Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), o programa consiste na aplicação dos micro-organismos vivos sem nenhum tipo de química – chamados de bioinsumos – para cerca de 70 pontos, entre amostragem e dosagem nessas lagoas.
Neste processo, os microorganismos consomem a matéria orgânica, devolvendo para o meio ambiente o oxigênio que permite o surgimento de novos seres, – que se tornam alimentos para peixes –, promovendo o aumento da quantidade de peixes. Diariamente, são despejados milhares de litros de bioinsumos na orla da lagoa de Araçatiba e canais.
“O projeto começou com aplicação na Lagoa de Araçatiba, onde obtivemos sucesso, com resultados acima dos parâmetros de oxigênio exigidos pelos órgãos oficiais de fiscalização do meio ambiente. E a partir desse sucesso nós vamos ampliar”, explica o coordenador do programa Lagoa Viva, Eduardo Britto.
Ele relembra que a fase de ampliação é progressiva, porque cada lagoa possui uma característica diferente. “Precisamos estudar as particularidades das lagoas para poder regular a quantidade de bioinsumos em cada uma delas”, afirma.
Qualidade da água
Segundo Eduardo Britto, as características naturais das lagoas de Maricá não permitem que a água fique cristalina, o que não significa um problema. A coloração acontece porque ela é rasa e, quando bate o vento, a areia do fundo levanta.
“Hoje, a Lagoa de Araçatiba é limpa, não tem mais odor, existem mais seres vivos e peixes. Você tem uma lagoa que promove o reencontro da cidade com o seu principal patrimônio cultural, que é o sistema lagunar. Um trunfo do programa é que ele combina várias dimensões do desenvolvimento da cidade: social, cultural, ambiental e econômico”, analisa Eduardo Britto.
Resultados
Entre os resultados positivos do Lagoa Viva, está o chamado oxigênio dissolvido, um importante fator para a vida sobre as águas. As mais recentes coletas mostram que o índice está acima do limite estabelecido pela legislação ambiental. O Índice da Qualidade da Água (IQA) também evidencia melhora gradual das condições da água. A maioria dos pontos é enquadrada como boa.
Algumas das espécies que reapareceram só vivem em ambientes saudáveis, como uma microalga encontrada que é um indicador de boa oxigenação da água. Essas espécies são como um termômetro de como anda a saúde da lagoa. Neste caso, mostra que está melhorando muito.
Peixes
Também há aumento na abundância de organismos que vivem associados ao fundo da lagoa. O bioinsumo ajuda a degradar poluentes que estão no lodo no fundo da lagoa. É justamente lá que vivem muitas das espécies que reapareceram, como caracóis e outros seres minúsculos. Esses animais são a base da cadeia alimentar, ou seja são os alimentos dos peixes. Com o retorno deles, há mais alimento disponível.