“Direitos Indígenas e educação” é tema do 3º Círculo de Diálogos Paulo Freire

“Direitos Indígenas e educação” é tema do 3º Círculo de Diálogos Paulo Freire

4 de setembro de 2019 0 Por Francisco Avelino

Sob o tema “Direitos indígenas e educação em debate”, a Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, realizou nesta terça-feira (03/09), na E. M. Carlos Magno Legentil de Matos, no Centro, o 3º Círculo de Diálogos Paulo Freire. Com mais de 60 inscritos o encontro contou ainda com a participação de representantes das duas escolas indígenas do município, além de Carol Potiguara, pesquisadora e mestranda de linguística pela UFRJ, conhecedora da cultura dos povos indígenas.

“O Circulo de Diálogos Paulo Freire surgiu com a proposta de ser um ponto de encontro para debater temas que são muito pertinentes na educação e que estão em voga. Para esse terceiro encontro nós decidimos falar sobre os direitos indígenas, sobre a educação indígena e sobre a educação de um modo geral devido a tudo que está acontecendo com os povos indígenas. Temos em Maricá duas escolas indígenas aldeadas que estarão aqui representadas”, explicou Natalia Coutinho, gerente do núcleo de formação dos profissionais da educação.

“É preciso conhecer para cuidar, para espeitar e principalmente para entender a importância de se preservar a cultura dos povos indígenas”, disse Carol Potiguara.

“Geralmente em todas as comunidades indígenas, nos dias de hoje, os professores indígenas buscam manter a cultura de seus ancestrais, porém devido ao espaço que é pouco, nem sempre é possível que todas as atividades que nós fazíamos antigamente sejam realizadas e algumas dessas atividades acabam se perdendo”, revelou o professor indígena Wanderlei Weraxunu, da aldeia de Itaipuaçu. “Mas ficamos muito felizes quando vemos iniciativas como as de hoje, que buscam dialogar sobre os nossos direitos e principalmente pedir respeito as nossas tradições”, disse Weraxunu.

“Nossa escola trabalha com alunos do pré II ao 5º ano dentro de uma perspectiva de educação escolar indígena, voltada para os costumes, para a cultura e respeitando toda a história deles, mas com o entendimento de que também é importante agregar esse conhecimento às pessoas não indígenas. Inclusive o grande destaque é que possuímos professores indígenas e não indígenas”, frisou a professora Rejane Macedo, diretora da Escola Municipal indígena Guarani Kyringue Arandua, em Itaipuaçu.

Já a diretora Sara Moura da Escola Municipal Indígena Guarani Para Poty Nhe e Já, em São José do Imbassaí, afirmou que a atuação de Maricá na educação indígena deveria ser inspiração para todo o país.

“Esse tema é além do tempo. Maricá é um município que está trabalhando muito a educação da sua população com uma qualidade excepcional e abrindo os olhos do país para as questões indígenas. A cidade com muito carinho e com muito cuidado tem respeitado as questões culturais das comunidades indígenas sem deixar de disponibilizar um ensino de qualidade”, analisou Sara.

“Trabalho em uma escola e sou estudante de pedagogia então Paulo Freire é sempre importante para quem atua na educação. Já tinha participado do primeiro encontro e vi nesse mais uma oportunidade de absorver conhecimento e com isso desempenhar melhor a minha vocação”, disse Eliane da Costa Machado, moradora de Bambuí, explicando porque decidiu se inscrever no evento.