
Polícia acha cemitério clandestino em Itaboraí, RJ, e investiga se foi usado por milicianos
5 de julho de 2019Grupo paramilitar de Orlando Curicica, alvo de operação na última quinta-feira (4), pode ter matado mais de 50 pessoas.
Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo encontraram nesta manhã de sexta-feira (5) um cemitério clandestino em Itaboraí, na Região Metropolitana.
De acordo com as investigações, o local seria usado pela milícia que atua na região. O grupo paramilitar foi alvo da Operação Salvator, que na quinta-feira (4) prendeu 50 pessoas.
Há a suspeita de que a quadrilha, comandada por Orlando Curicica, matou pelo menos 50 pessoas e sumiu com os corpos.
Já foram encontrados corpos e ossadas no terreno, na zona rural de Itaboraí.
Segundo a polícia, rivais ou vítimas da milícia de Itaboraí eram chamadas de “discos voadores”, por desaparecerem de uma hora para outra sem deixar rastro.
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Espada apreendida pela polícia em Itaboraí e que seria usada pela milícia local — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Ultraviolência
A força-tarefa que levou à Operação Salvator descreve a quadrilha como “brutal” e “com requintes de crueldade”.
Há relatos de expulsões, mutilações e sumiços – a que chamavam de “discos voadores”. “Um chegou a tirar o coração de uma vítima, a cabeça”, citou o delegado Gabriel Poiava.
“E a gente tem comprovado homicídios praticados, inclusive com esquartejamento de vítimas. Eles são bastante violentos e têm um armamento muito, muito poderoso”, explicou o promotor Rômulo Santos Silva.
Entre as apreensões feitas pela polícia está uma espada. Moradores denunciam que a arma vinha sendo usada nas comunidades para torturar pessoas.
“Até espada eles tinham. Eles rodavam muito dentro de Visconde com uma espada com a lâmina que chegava a brilhar. Para fazer covardia com quem as vezes não tinha nem nada a ver. Foram expulsas muitas famílias de lá. Muita gente se mudou por medo. Itaboraí está praticamente largado às traças, está um caos total”, explica uma moradora.