Segundo Crivella, uma parceria com o estado é estudada para viabilizar a privatização. O prefeito também falou que já existe uma empresa interessada que fez proposta à Liesa.
Sambódromo do Rio de Janeiro — Foto: Alexandre Macieira/Riotur
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou na tarde desta quarta-feira (26) que o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí será privatizado. Segundo ele, o município e o governo do Estado estudam uma parceria para viabilizar o projeto.
O anúncio do prefeito aconteceu em conjunto com o governador, Wilson Witzel. Os dois se reuniram em um almoço no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul.
“O município não consegue suportar isso. Eu sei que há uma empresa que fez uma proposta para a Liesa, e então o carnaval será privatizado, virá dos recursos privados, já que nós vivemos uma crise muito grande”, afirmou
O prefeito ressaltou ainda que não quer que a festa perca seu caráter popular.
“Queremos que o carnaval seja sempre a festa popular que é, e que traga muitos turistas para o Rio de Janeiro”, disse Crivella.
Witzel disse que quer o Sambódromo funcionando o ano inteiro.
“Esse ano nós trabalhamos juntos. O que eu quero é que o carnaval não pare. É um custo pesado para o município, que tem uma dívida galopante para pagar. O que eu penso do Sambódromo é que ele tem que funcionar o ano inteiro. Basta um contrato, um modelo ideal para que isso aconteça”, disse Witzel.
Debate sobre o Sambódromo
A gestão do Sambódromo envolvendo a prefeitura e o estado começou no carnaval deste ano. No sábado de carnaval, Witzel demonstrou interesse no Sambódromo e disse que pensava em retomar o espaço.
Posteriormente, Crivella afirmou que poderia discutir com o governador a cessão do Sambódromo, mas disse que queria incluir no pacote de negociações a devolução dos três hospitais que foram municipalizados no fim do governo Paes: Rocha Faria, em Campo Grande; Pedro II, em Santa Cruz; e Albert Schweitzer, em Realengo.
No encontro desta quarta, o governador anunciou que dois hospitais do Rio que foram municipalizados pela prefeitura, o Rocha Faria e o Albert Schweitzer receberão R$ 6 milhões do governo do estado mensalmente.
“A ajuda para os hospitais na Zona Oeste é na mesma medida para o hospital de Nova Iguaçu. Nós mandamos R$ 5 milhões para Nova Iguaçu, vamos mandar para os dois hospitais R$ 6 milhões por mês”, explicou o governador.
Atualmente, além da manutenção do Sambódromo, a prefeitura também paga uma subvenção para as escolas de samba. O valor tem diminuído na administração de Marcelo Crivella – o prefeito já se referiu ao processo como “desmame”, o que gerou críticas das escolas de samba.
A prefeitura também disponibiliza para os desfiles guardas municipais e equipes da Secretaria Municipal de Saúde, entre outros recursos.
G1 Carnaval 2020